sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Krenko, Chefe da Turba.

E dando sequência as história que servem de fundo ao retorno a Ravnica, veremos hoje como o goblin Krenko, sacudiu as estruturas da guilda Boros.

Boa leitura!
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Krenko tinha um estomago forte por ter crescido nas sarjetas, mas o Sr. Taz o deixava inquieto. Essa era a terceira vez que eles se encontravam para discutir negócios, e a aparência estranha de Taz sempre foi a mesma. Ele parecia humano, mas sua face era solta em seu crânio, e sua pele parecia solta dos ossos. Quando Krenko prestava bastante atenção, ele conseguia imaginar toda a epiderme de Taz escorrendo em uma poça de pele na volta de seus pés.

"Como está seu carneiro, Sr. Krenko?" Taz perguntou. Eles estavam em um pub enfumaçado próximo ao distrito das Fundições—por escolha de Taz. Fora dos territórios das bruxas de sangue, mas só por um pouquinho. Isso era bom, pois Krenko odiava os valentões Rakdos. Muito imprevisíveis, e não de uma maneira que Krenko gostasse.
"Aham" Krenko deu uma dentada e considerou suas opções. Taz não era um lich ou um necro-rei, ou o nariz excepcional de Krenko teria detectado, Taz cheirava a coisa cara, como amêndoas ou coelhinhos limpos. Krenko analisou como a pele balançava abaixo das pálpebras de Taz e se enrugava em seus punhos. Oh, era tão obvio que era uma pele-roupa—e uma que não foi feita sob medida.
"Eu creio que você considera a tarefa atraente?" Taz continuou. Seu pescoço era liso—sem pomo-de-adão—como uma fêmea humana. Mas sua voz grave e retumbante.
"É atrevida," Disse Krenko em aprovação.
"Sim, mas você se provou um mestre em manobras arriscadas."

"Graças a você, Sr. Taz," Krenko respondeu. Ele lembra com saudades do ultimo serviço, aquele com a estatua Azorius explodindo e as saprófitas flamejantes. Sim, Krenko gostava do homem com a cara escorregadia que oferecia serviços deliciosos. Quando era um goblin jovem recém iniciando suas atividades, um patrono com ótimas conexões era mais que Krenko podia esperar. Além disso, Krenko tinha um respeito saudável com qualquer coisa que pudesse se chamar de feia e não dar a mínima para o que o resto do mundo visse.
"Os Boros, uh," Krenko disse, parando por um tempo. Ele queria o serviço, mas seria complicado. Ele tinha turnos para fazer pela Rua da Fundição. Azzik e Pondl eram leais, mas dificilmente conseguiam contar até dez. mais goblins apareciam em seu armazém diariamente. Eles seguiam Krenko como se ele fosse um cesto de mel, o que seria útil se ele encontrasse algo para eles fazerem. Talvez com o capital do novo serviço de Taz...

"Certo," Krenko disse finalmente. Krenko não duvidava de sua capacidade de realizar o assalto, mas ele estava maravilhado novamente de que Taz ainda confiava em um mero goblin para a tarefa. A maioria dos goblins eram incômodos e bestas de carga. "Eu faço."
"Eu não tenho a menor duvida que você irá," o homem disse suavemente. Ele escorregou uma bolsa de veludo sobre a mesa. Luz escapava pelas costuras. "Uma ferramenta especial para sua empreitada."
Krenko olhou dentro da bolsa, sorrindo quando viu a pequena faca brilhante aninhada no veludo. "Ahh, você me conhece tão bem."
"Brilho reconhece brilhantismo," o Sr. Taz disse suavemente.
"E você tem certeza sobre o que você quer que eu trouxesse de volta?" Krenko perguntou. "Talvez haja algo mais valioso que eu possa trazer para você?"
"Não, Sr. Krenko. O item que requisitei irá me fazer muito feliz." Taz sorriu com seus lábios flácidos e desapareceu no Pub lotado.


Com a faca encantada de Taz guardada em sua bota, Krenko começou sua vigília sobre a Morada do Sol, o imponente salão da guilda Boros. Após uma hora em um teto com uma luneta, Krenko estava quente e chateado, e descobriu pouco: os Boros ainda amavam filas retas e trabalho duro. E Krenko ainda não conseguia acreditar que goblins se alistavam na guilda de vontade própria, mas lá estavam eles: Cavando trincheiras, lavando pavilhões, e carregando cadáveres em um transportador de cadáveres Golgari. Krenko gostaria de saber se um dia normal resultava em tantos soldados mortos ou algo estranho estava acontecendo fora da visão de sua luneta.
Na próxima manhã, Krenko invadiu a sala de refeições da Morada do Sol como se ele fosse dono do lugar. O salão cavernoso assentava milhares de soldados de cada vez. Eles se sentavam em frente a pratos de comida quente em mesas que se alongavam por milhas. Era barulhento e quente, mas a abundancia de comida grátis respondia uma das perguntas mais antigas de Krenko. Em um estalo, goblins em Boros faziam todo o sentido.
Krenko deslizou para o final de um dos bancos, se serviu de ovos de pato, e se acomodou para ouvir o rugido das vozes ao seu redor. Os soldados atrás dele estavam conversando sobre uma luta na Queda da Fechadura—Krenko concluiu que era sobre uma garota e virou suas afiadas orelhas  para outro lugar. Então, poucos lugares além, um jovem com cabelos negros disse algo que capturou sua atenção:
"Vai se tornar uma disputa," ele informou a mulher sentada do outro lado da mesa. Ela tinha uma bandagem na testa.
"Quem traçou a linha? Aurelia?" ela perguntou. Ela manteve sua voz baixa como se não quisesse ser ouvida. Mas o homem falava mais alto que o necessário.
"Não, aquele Azorius metido leu nas entrelinhas," disse ele.
"Eu acho isso difícil de acreditar," a mulher disse duvidando. "Aurelia deixou isso acontecer?"
"Porque ela não iria?" o homem praticamente gritou. "Ela poderia esmagar Vinrenn em um piscar de olhos."
De repente, o banco Krenko balançou perigosamente e vários soldados se levantaram.
"Cale a boca, soldado!" alguém gritou e a uma briga iniciou entre as mesas. Krenko pegou seu prato e caminhou para o fundo do salão. Essa ira indisciplinada não parecia muito do estilo Boros. Krenko respirou fundo, aproveitando a tensão que crescia no salão. Sim, esse serviço seria divertido tanto quanto lucrativo.


No próximo dia, Krenko foi em busca de problema. E encontrou por todos os lugares. Na Morada do Sol, os ânimos estavam exaltados, e as fileiras estavam mais interessadas em discussões do que com suas tarefas diárias. Krenko se juntou a uma equipe de manutenção goblin em uma das enormes sacadas que pendiam do enorme prédio.
"Se eu estiver procurando por Pluma, onde eu devo ir?" ele sussurrou a um goblin de nariz curvo que estava próximo. Já fazia meia hora que ele estava polindo a parede e nada de interessante havia ocorrido. O goblin já tinha algumas patentes em seu uniforme, mas elas não pareciam o suficiente para tira-lo do trabalho manual.
"S.! Ela diz que tem que ser chamada de Mestre de Guilda Vinrenn agora," ele falou vagarosamente como se Krenko fosse uma criança idiota.
"Qualquer que seja o nome dela, onde eu a encontro?" Krenko perguntou.
"De onde você veio? De um povoado Gruul? No terraço, mas é melhor você ficar longe de lá."
"O que esta acontecendo?" Krenko perguntou." Eu recém cheguei do Cinturão de Escombros."
O goblin parecia chateado. "É, eu sabia que você era Gruul. Bem, está uma loucura por aqui. Aurelia vai ser nossa nova Mestre, porque ela diz que nem um anjo desafortunado tem o direito de comandar. Vinrenn vai ser banida. Enquanto ela não criar problemas, ela vai permanecer viva. Agora, pare de conversa ou vou te reportar. Entendeu?"
A presunção do goblin encheu Krenko de nojo. Esse lugar estava a beira do caos. Tudo que ele precisava era um empurrãozinho.


Caos é a melhor cobertura, e Krenko começou a começar incêndios e arrombar portas. Primeiro Andar: um rumor provocante em um ouvido receptivo; Segundo Andar: Um soco na cara do goblin pomposo de ontem; Terceiro andar: bombas de faíscas; Quarto Andar: bombas de verdade. Quando ele alcançou o terraço, os salões estavam tomados pelo som de botas e gritos de alarme. Pelo lado de fora, espada se batiam. E ninguém percebeu um pequeno goblin entrando na camara de Vinrenn, também conhecida como Pluma, a Mestre da Guilda que aparentemente não controlava nada.
Krenko estava em uma sala vazia abaixo de um teto aberto. A luz do sol brilhava em uma esfera de detenção, que flutuava sobre o brasão vermelho-sangue dos Boros, um punho fechado desenhado no chão. Um anjo de asas brancas estava em estase mágico dentro da cela. Suas asas encolhidas ao seu redor, como se ela fosse um pequeno pássaro, ela parecia dormir.
Após uma olhada rápida pela sala, Krenko pegou sua pequena faca brilhante de sua bota e espetou a esfera. Nada aconteceu, então ele espetou de novo. E novamente. Nada. Ugh, porque Taz ira ter dado uma faca brilhante se não fosse melhor que uma faca normal?
A primeira vista, a esfera parecia ser feita de luz e névoa, mas quando Krenko tateou a superfície com suas palmas, ele sentiu algo solido perto do topo. Ele pegou a faca e bateu com o punho na peça invisível. Houve um som de sucção e uma luz azul traçou a sala. Com outra boa batida, a esfera se dissipou, lançando o anjo diretamente ao solo.
Ouvindo passos se aproximando pelo corredor, Krenko rapidamente arrancou duas penas das asas do anjo enquanto ela começava a se erguer.
"Socorro!" Krenko gritou, correndo para a porta. "Ela tentou escapar! Ela está livre. Ela me atacou!"
Repentinamente, guardas musculosos invadiram a sala, e Krenko e esquivava de pernas para chegar a porta. Enquanto ele escapava, um minotauro em armadura erguia a anja, cujos protestos caiam em ouvidos surdos.
Assim que Krenko alcançou o portão frontal, uma grande explosão estremeceu a Morada do Sol. Essa não era minha, Krenko pensou alegremente. Sim, caos era a melhor ferramenta de todas.


Ao por do sol, Krenko encontrou Taz no Millennial, uma plataforma aérea com a vista mais cobiçada de toda Ravnica. Você tinha que ser alguém para conseguir um convite para vir até aqui. Alguns cidadãos de Ravnica aguardavam por toda a vida. A maioria nunca iria conseguir uma chance. Taz estava aguardando por ele no ponto marcado, admirando um maravilhoso labirinto de construções e ruas.
"De vez em quando eu me esqueço de admirar o céu," Taz disse enquanto Krenko entregava uma caixa de madeira a ele. Dentro estava uma pena branca de anjo. Ela brilhava com um tom vermelho sob o sol poente. Dias inteiros se passam, sem eu ver o sol."
Krenko grunhiu concordando. Ele sabia como era se sentir como um rato na escuridão.
"Estou excepcionalmente contente," Taz disse. "Seu pagamento esta sendo entregue em seu estabelecimento enquanto conversamos.”
Krenko sorriu. Com uma quantia daquelas, ele poderia comprar café para Azzik e Pondl sempre que quisesse. Não que ele fosse fazer isso. Krenko esticou a mão para selar o acordo, mas ao invés de apertar a mão, Taz alcançou a ele uma chave prateada com o símbolo dos Orzhov engravado.
"Um cofre Orzhov" ele disse. "Essa chave é a única coisa que você precisa para recolher o dinheiro."
Krenko espichou suas orelhas. "Dinheiro de quem?"
"De Pluma, na verdade. Ela recebia salário como uma Wojek por um tempo. Mas ela não precisa mais dele."
"Porque você não pega ele pra você?" Krenko perguntou.
"Considere um bônus. Por um trabalho bem feito." O Sr. Taz sorriu, e a pele de seu rosto balançava abaixo de seu queixo. "Você tem habilidades de gerenciamento, Sr. Krenko. Eu te enxergo como um chefe de algo grande."
Krenko guardou a chave em um bolso e baixou a cabeça. "O que mais, Sr. Taz?"
"Ah, nada de mais. Enquanto estiver em Orzhova, talvez você possa recolher uma coisinha para mim?"

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